Remoção dos resíduos depositados nas escombreiras das antigas minas de São Pedro da Cova - Gondomar

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A maior e mais exigente operação de recuperação de um passivo ambiental, encontra-se em fase de conclusão.

A operação, iniciada em 2014 e a terminar agora, procedeu à remoção de aproximadamente 290.000ton de resíduos perigosos, provenientes da Siderurgia Nacional da Maia e depositados nas escombreiras das antigas minas de S. Pedro da Cova, em Gondomar, entre 2001 e 2002, com uma faturação total de cerca de 25.000.000 €.

 

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De acordo com o estudo efetuado pelo LNEC (2017), a área ocupada pelos resíduos é, na área poente cerca de 10.200m2 e, na área nascente cerca de 7.600m2. Tendo-se concluído, que a área de intervenção foi 2,5 vezes maior do que inicialmente previsto, em 2010.

 

A espessura do depósito de resíduos perigosos é variável, sendo a maior observada nas sondagens, de cerca de 11,85m. A cota superior do resíduo varia entre um mínimo de 135,9m e um máximo de 149,7m. A maior perigosidade dos resíduos deve-se a dois componentes: chumbo e óxido de cálcio.

 

Os teores obtidos para o chumbo em 29 amostras da 1ª Fases mostram que em 27 amostras, cerca de 93%, o teor obtido é igual ou superior ao valor limite de 0,3% definido no Regulamento (EU) n.º 1357/2014, da Comissão (JOEU, 2014a).

 

O óxido de cálcio obtidos nas 29 amostras da 1ª Fase e nas 12 amostras da 2ª Fase, verifica-se que em 27 amostras (cerca de 66%), o teor obtido é igual ou superior a 10% definido no Regulamento (EU) n.º 1357/2014, da Comissão (JOEU, 2014a).

 

Para além dos componentes de chumbo e óxido de cálcio, os teores em óleo mineral (C10-C40) em 9 amostras da 1ª Fase e em 2 amostras da 2ª Fase é igual ou superior ao valor limite de 0,1% definido no Regulamento (EU) n.º 1357/2014, da Comissão (JOEU, 2014a).

 

Para responder aos desafios deste projeto, a Ecodeal traçou um plano de atuação baseado nas seguintes medidas:

  •  Montagem de estaleiro, báscula, lava-rodados e laboratório geotécnico no local (para fazer controlo do solo de cobertura e qualidade do reaterro);
  • Instalação de contentores para espaços de escritórios, fiscalização e reuniões;
  • Arruamento de acesso ao local

Foi, também, colocada vedação de forma a circundar toda a área a intervir.

 

Para além da manutenção das zonas de estaleiro, durante toda intervenção, quer na 1ª fase, quer agora na 2ª fase, foi efetuada a conservação das estradas e caminhos que foram utilizados durante a execução dos trabalhos. No fim dos trabalhos ficarão repostas as condições que estas vias apresentavam antes do início dos mesmos. Foram ainda tomadas providências para evitar a produção de poeira com prejuízos a terceiros.

 

No final dos trabalhos, proceder-se-á à desmontagem do estaleiro, repondo as condições iniciais em que se encontravam os terrenos ocupados.

 

O sistema de lavagem de rodados, com decantação de água de lavagem por processo físico, assume particular importância, uma vez que permite garantir a não contaminação da área envolvente após a saída do estaleiro.

A água utilizada no sistema circula num circuito fechado, onde é reutilizada.

 

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A remoção dos resíduos perigosos foi efetuada de forma regular, sistemática e controlada, empregando os meios e procedimentos necessários para evitar a mistura indevida de resíduos com os solos subjacentes ou envolventes.

 

Todas as operações foram realizadas de forma a cumprirem as boas práticas de engenharia e medidas de minimização de impactes ambientais, em particular, no que se refere ao controlo de emissão de poeiras e transferência de poluentes.

 

Os resíduos perigosos foram carregados em viaturas basculantes e em contentores open TOP de 20’, para transporte a destino final, estando a cargo da ECODEAL a contratação dos meios de transporte e tratamento destes resíduos.

 

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A 2.ª fase teve como um dos critérios de adjudicação, definido pela primeira vez num concurso público, a pegada de carbono.

 

Foi, por isso, opção da ECODEAL, de efetuar o transporte do resíduo, desde S. Pedro da Cova até à Chamusca:

  • 5% via rodoviária
  • 95 % via ferroviária (do terminal da SPC em Valongo até ao terminal da Medway nos Riachos)

 

Esta opção, evitou a emissão de aproximadamente 461.161 kg de CO2-eq, caso o transporte tivesse sido 100% via rodoviário.

 

Os resíduos classificados como perigosos foram encaminhados para as instalações da ECODEAL, na Chamusca, mais concretamente os resíduos sólidos para Unidade de Estabilização (UEST) e os resíduos líquidos para a Unidade de Tratamento Físico-Químico (UTFQ).

 

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Uma vez removido todo o resíduo, foram efetuadas campanhas de amostragem, com avaliação in-situ e ex-situ de amostras do terreno, a várias profundidades, que permitem confirmar a descontaminação e, consequentemente, a ausência dos riscos.

 

Conforme sublinhou o Presidente da CCDR-Norte António Cunha, o culminar desta operação "é um momento histórico para São Pedro da Cova, para a sua população em particular, mas também para Gondomar e para toda a Região Norte”.

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